Nos últimos dias, fiz uma viagem de 12 dias e esta viagem, apesar de ser curta, me proporcionou muitas mudanças e aprendizados.
Dividi minha viagem em dois textos… dois momentos diferentes de aprendizado e encontro. Semana passada enviei por e-mail para o meu mailing, o primeiro texto sobre Chile (leia aqui) e hoje enviei sobre Peru.
Se você quer fazer parte deste mailing e receber todos os e-mails enviados toda terça-feira, acesse aqui.
Olá.
Hoje estou aqui para te contar o que aconteceu na segunda parte da minha viagem. Depois de um tempo no Chile, a próxima parada foi Lima – Peru. De um voo rápido, partimos para Miraflores, bairro onde estava o hostel que nos abrigaria pelos próximos três dias.
Lima foi um lugar de novos encontros, de experimentação e o início de uma trajetória cheia de história e passado. A colonização, com o homem que se diz moderno, foi responsável por destruir muitas coisas, apesar da resistência da cultura Inca em se manter.
Sítios arqueológicos foram mantidos dentro da cidade, como o Huaca Pucllana, que abriga uma história ainda viva entre o seu povo. Lima foi uma cidade que me encantou, com sua história e seu povo. Mas o melhor de tudo nesta cidade foi poder compartilhar histórias com tantas pessoas que conheci. Viajantes que, assim como eu, encontravam algumas respostas na estrada, que reflete nossos desejos e sentimentos mais profundos, muitas vezes desconhecidos até por nós mesmos.
Parti para Cuzco sem saber o que iria encontrar e me surpreendi. Uma cidade com energia da cabeça aos pés, com pessoas sofridas, carregando marcas de uma história de pobreza e esperança. Lá, a vida é outra, uma cidade que vive para e pelo turismo. Peru foi o país da America Latina que mais se desenvolveu economicamente nos últimos anos e acredito que 80% desta conquista tenha vindo desta cidade.
Por uma dádiva divina, não sofri com o soroche, mal estar da altitude, e consegui então aproveitar muito bem os quatro dias, que foram muito pouco, comparado a tanta coisa que existe naquele lugar.
E claro, Machu Picchu, é isso o que você está esperando desde o e-mail enviado semana passada!
E vou dizer: realmente é lindo! Não consegui descrever logo de cara o que senti naquele lugar, nem todas as coisas que passaram pela minha cabeça desde o momento em que entrei no trem em Poroy, rumo à cidade de Águas Calientes, onde pegaria o ônibus para chegar a montanha antiga, sagrada e tão energizada.
Mas depois de um tempo, os pensamentos começaram a se aquietar e consegui construir alguma racionalidade no que não é racional e compreender aquilo que antes era incompreensível. E percebi que minha vida precisava de mudança!
No topo da montanha sagrada, senti Pachamama, deidade máxima do povo Inca. Mãe Terra para os antigos, Deus para os cristãos, mas uma mesma energia, a forma geradora e transformadora. Senti uma força que me acompanha até agora, e que está me ajudando a construir a vida que preciso viver, para aprender tudo aquilo que ainda me é por direito.
Cresci acreditando que cada ser humano sempre tem o que merece ter, e então, naquele momento percebi que sempre estive errada. Na verdade, cada um de nós tem o que precisa ter, para ser tudo o que pode ser, mesmo que muitas vezes não acreditemos nisso.
Em uma viagem, nunca voltamos da mesma forma que partimos, principalmente quando estamos abertos para tantas mensagens, transformações e construções. Dispostos para o novo, com os encontros e desconstruções muitas vezes necessárias. Ser um viajante ao invés de um turista abre a mente e te faz perceber algumas coisas que não perceberia com olhos rasos.
Durante toda a viagem, percebi pessoas e costumes de forma única, as reivindicações, as disputas, a dor no olhar pelas perdas e também a esperança.
Nos dias em que estive no Chile, havia uma manifestação a favor dos Mapuches e da preservação de toda uma cultura indígena que estava ameaçada, assim como manifestos contra a hidroelétrica que será construída em Cajón de Maipo, lugar que tanto me encantou e que, logo mais não existirá mais.
No Peru, olhei a cultura Inca pelas ruas, e percebi quantas coisas poderiam ter sido diferentes se a colonização não fosse um massacre cultural de tudo aquilo que era desconhecido. O ser humano não mudou tanto desde aquela época e isso também me trouxe revolta, além da responsabilidade de fazer diferente.
Fui capaz de olhar Machu Picchu com uma vontade de preservação e me irritar muitas vezes com pessoas que não representavam o mesmo. Um lugar que só existe hoje, pois não foi descoberto pelos espanhóis, homens “civilizado”. Hoje, são 4 mil pessoas que passam por aquele lugar, todos os dias. Alguns com o olhar de preservação, mas tantos ainda que só se importam com seu passeio turístico.
Viajar significa entrar na cultura daquele povo, compreender um espaço de histórias destruídas e sonhos construídos. Ter compaixão e perceber nossas semelhanças a partir das diferenças.
Viajar é mais do que estar no lugar por onde passamos, é ser aquele lugar, com seu cheiro, gosto, tato e sensibilidade. É nos reconhecermos em suas histórias, para então voltarmos completos.
E foi exatamente isso o que fiz em 12 dias. Uma viagem curta, mas muito rica, cheia de histórias, emoções, sensações e aprendizados. Senti e entendi tantas coisas sobre mim, coisas que ainda precisam se diferentes. Voltei pilhada, cheia de planos, realizações e novos olhares, pois me entreguei à uma viagem interna e externa.
Existem alguns lugares que tem a função de nos ajudar a reencontrar nossa própria essência e foi exatamente esse o papel que todos estes lugares tiveram em minha vida!
E quero propor que você faça o mesmo!
No final deste e-mail, você encontrará a imagem de um mapa. Pense em todas as viagens internas e externas que você já se propôs e preencha este mapa com as expectativas e lugares que serviram ou servirão para o reencontro no futuro.
O que deseja encontrar?
Você pode imprimir esse material no tamanho que quiser, fixar em algum lugar e ir preenchendo com calma e paciência. Este é um exercício que o ajudará a relembrar o que já viveu e também criar novos espaços para o reencontro interno e externo.
Traga os momentos e experiências para a sua vida de forma concreta e aproxime-se da sua essência todos os dias!
Use e abuse desse material e compartilhe comigo suas experiências.
Mande um vídeo de até 1 minuto contanto sobre alguma viagem que foi muito importante e as mudanças que este momento te proporcionou.
Todos os vídeos recebidos serão publicados na página do facebook e o dono do vídeo que receber mais curtidas, ganhará um super presente: 2 sessões de Life Coaching via skype para usar como quiser!
Vanessa
Se detuvo el corazón al leer, se puso más grande al terminar. Bellamente escrita la experiencia
CurtirCurtir
Se detuvo el corazón al leer, ocupa hora más espacio en el pecho al terminar. Bellamente escrita está la experiencia. Un abrazo
CurtirCurtir