O Que Nos Torna Humanos? | #11. O Corpo

O Que Nos Torna Humanos? | #11. O Corpo

Pode parecer óbvio, mas como o óbvio precisa ser dito: O corpo nos torna humanos.

Porém, quando falamos sobre o corpo, podemos nos aprofundar no que este representa, não apenas de forma individual, mas também na construção cultural que este possui.

Toda sociedade, em sua cultura, age sobre o corpo de forma determinante na definição de suas particularidades e atributos como padrões. Deste modo, surgem os modelos de beleza, saúde e postura que servem de referência para que homens e mulheres se constituem.

Estes padrões e modelos também se modificam ao longo dos anos, criando então uma história corporal. Padrões estes que são reivindicados – inclusive por esta que vos escreve – com a mesma intensidade de quando são criados.

Por meio da forma como este corpo é concebido e percebido ao longo das décadas e séculos, se definem também as formas do homem estar na sociedade.

Homem Vitruviano(Leonardo da Vinci)

Na Grécia Antiga, vimos um corpo idealizado e que confronta a natureza, sendo este então concebido como elemento de glorificação e de interesse do Estado. Já na era do Cristianismo, o corpo passa da expressão de beleza à fonte de pecado, sendo então proibido e negado. Na Idade Média, a partir da separação da alma e corpo, este passa a ser desprezado e punido por ser a prisão da alma. E foi no Renascimento em que o corpo passa a ser tratado pela ciência, onde a disciplina e controle corporal são preceitos básicos.

Mas o corpo da pós-modernidade está em crise!

A crise do corpo está relacionada a crise dos fundamentos da nossa cultura, associando-se também à crise do próprio sujeito.

Por um lado, estão os modelos corporais como indicativo de beleza em um jogo de sedução e imagens, e a necessidade humana de se encaixar neste padrão estético que parece desencadear uma série de sintomas como cirurgias plásticas e o uso de substâncias químicas a fim de modificar a natureza corporal.

Por outro lado, há o desejo e construção de liberdade e autonomia nos mais variados campos e diferentes graus – estético, social, político – produzindo assim, homens e mulheres que deixam de ser regidos por padrões a serem seguidos, assumindo cada um as suas escolhas e identidade.

Além da desconstrução de padrões, vivemos em tempos onde o virtual se torna presente, não havendo então a necessidade de ter um corpo para ser real.

Temos nos dias de hoje, o grande desafio de ser em um corpo que pode ter ou não uma forma e com a liberdade de pensar no corpo como ele é, livre de padrões estabelecidos e pré-conceitos enraizados.

São muitas as questões que surgem por conta de todo movimento que vivemos.

O corpo é o primeiro espaço que ocupamos na vida, por isso, ocupá-lo vai além de suas questões físicas, tem a ver com a representação de quem você é no mundo.

Para ocupar a vida, devemos antes, ocupar um corpo e para isso, refletir:

O que é ser um corpo?

O que é ter um corpo?

Como você se relaciona com o seu corpo hoje?

Um super beijo
Van

 

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