Continuando nossa série sobre o que nos torna humanos, hoje quero falar de um sentimento: o amor!
O amor nos torna humanos e é um dos sentimentos mais buscados e menos encontrados por ai.
Precisamos tratar esse tema de forma clara e didática, pois é um sentimento de grande amplitude em suas formas de manifestação. Para isso, contarei com a ajuda do psicanalista Erich Fromn. 🙂
Segundo Fromn – e concordo com ele – o ato de amar é uma arte aprendida ao longo de nossa vida e que requer muito esforço e conhecimento.
Crescemos ouvindo uma porção de histórias sobre o amor. Que esta é uma sensação experimentada pelo acaso e sorte, que devemos ser merecedores do amor e para isso, fazer o que se espera de nós. Que precisamos encontrar nossa cara metade, a metade da laranja que carrega aquilo que não temos hoje e nunca conseguiremos ter sozinhos.
Em todas as formas que nos são apresentadas, somos apenas parte com um vazio que precisamos preencher com uma outra metade que tem o dever de nos completar de alguma forma… Vivemos desejando sermos amados para fugir deste vazio e silêncio.
Mas a verdade é que, raramente viramos a esquina e nos deparamos com esse sentimento, e isso significa que antes de qualquer coisa, devemos aprender a arte ativa de amar.
E não será o outro que nos ensinará tal arte. Para isso, deveremos voltar a atenção para o eu interno e construir então uma relação com nós mesmos.
Tem uma frase do Sri Sri Ravi Shankar que trata muito bem o que estou tentando definir aqui: “A habilidade de receber amor vem da habilidade de doar amor.”
Parto sempre da premissa que só podemos dar aquilo que temos e se não nos doamos amor em primeiro lugar, como poderemos fazer isso com qualquer pessoa no fora? Seja quem for…
Impossível, não é mesmo?
Com o passar dos anos e a partir dos relacionamentos que tive, aprendi que ninguém terá aquilo que me falta. Esta é uma busca que, se for desta forma, já nascerá com tendência ao fracasso.
Já está na hora de nos libertarmos desses modelos massacrantes, que não fazem sentido mais.
E sabe esse vazio que você provavelmente sente de vez em quando? Uma inquietação, insatisfação que mostra que algo não encaixa? Não diz respeito ao outro e sim a você. E ele não é algo ruim, que você deve esconder ou fugir… (o tema do vazio interno caberá em um outro texto)
O amor nasce internamente, por meio da relação consigo mesmo e deste espaço construído, que se transcende no fora e nas relações que serão então criadas… E é por isso que este sentimento faz parte de nossa essência natural.
Cabe aqui uma pergunta: Você se ama?
Dependendo da resposta, avalie seu comportamento e forma de amar. Construa o amor interno e então crie o espaço para amar antes de ser amado.