Existe algo de obscuro em nossa relação com a felicidade. É como uma sombra que nos obriga a vestirmos um sorriso e a sentirmos gratidão a todo instante. Negamos certos sentimentos que julgamos negativos, sem perceber que desta forma, nos afastamos de nós mesmos aos poucos, até o dia que nos perderemos completamente.
É impossível negar que a felicidade está na moda, recebemos estímulos para dizermos sim a esse sentimento todos os dias, vemos sorrisos gigantes a todo instante em comerciais de refrigerante e de margarina e somos pressionados a fazermos parte deste movimento.
Será que estamos fazendo isso da forma certa? Será que a felicidade significa negar a tristeza?
Este é o movimento da tirania da felicidade! Não a minha, ou a sua, mas da sociedade que mais uma vez, se impõe a nossa vontade, nos ditando os únicos sentimentos que devemos viver e a recolher o que sentimos que precisa ser vivido.
Que felicidade é essa?
O que queremos encontrar?
Por meio da exposição que nos submetemos, seja nas redes sociais ou nas relações do dia a dia, fica claro a dependência e necessidade de aceitação. Pessoas mostram o que acham que será aceito na esperança de fazerem parte de algum movimento, seja ele qual for.
Em muitos casos, a felicidade é um papel que as pessoas representam. Um exterior cheio de sorrisos que esconde um grande sofrimento.
Porém, não podemos dar o que não temos. Não podemos ser o que não somos. E não podemos deixar de viver o que precisa ser vivido somente por um papel.
Tirania da felicidade, você precisa saber que não te queremos mais!
Nossa cultura nos ensina a esconder verdades… até de nós mesmos, e quando deixamos a necessidade de proteger uma reputação (que tem base um modelo social) sobressair a quem somos de verdade, também permitimos que controlem nossos comportamentos e nossas vidas.
Este é um preço muito alto!
Queremos sentir a alegria e a tristeza, a dor e o amor… queremos ser felizes à nossa maneira, sem julgamento ou distinção. Aceitamos a liberdade para ser e juntos poderemos caminhar de diferentes formas e seguir novos caminhos.
E quando você sentir tristeza, ou qualquer outro sentimento que ameace a imagem de felicidade que a sociedade nos impõe, não se desespere! Esta ameaça não é mais real.
Você está livre para ser feliz à sua maneira!
A principal causa da infelicidade não está nos fatos ou situações e sim em nossos pensamentos em relação a estes. Isso significa que, na maioria das vezes, o que você pensa é o que cria suas emoções.
Observe a ligação entre eles e seja a consciência por trás de seus pensamentos e emoções.
A felicidade não é uma busca e sim uma entrega a si mesmo e tudo o que compõe o seu mundo interno. E esta entrega só é possível através da consciência e do não controle.
Você não precisa ser feliz o tempo todo… inclusive, esta é uma felicidade que não existe, pois ela acontece em momentos aqui e ali, em espaços curtos ou mais longos de tempo.
O que é importante sabermos neste momento é o quanto nos afastamos da real felicidade exatamente por buscá-la de forma incessante, cegos às nossas necessidades internas.
Todas as obrigatoriedades que tiram nossa liberdade de forma parcial ou total encobrem nosso estado natural de bem-estar e aniquilam nossa paz interior, que são a origem da verdadeira felicidade.
Por isso, busque a si em primeiro lugar, sem controle ou permanência (funções que dizem respeito ao ego) e encontrará a felicidade!
Um super beijo,
Vanessa