Nos últimos dias, tenho visto muita intolerância por todos os lados. Claro que essa percepção não é de hoje, pois há um tempo vejo muitas opiniões diferentes acompanhadas de rebeldia e ataque a opiniões alheias.

Revoltas quando alguém coloca a bandeira da França no perfil do Facebook ao invés da bandeira de Minas Gerais, quando alguém é a favor do aborto e você não, quando alguém defende os animais sendo que existem tantas crianças passando fome, a ciclovia do Haddad, a falta de água do Alckmin, a Dilma, as feministas e o comentário infeliz do Jô… Tudo virou motivo para discussão e com isso, ficou chato discutir política, religião ou qualquer outra coisa.

E isso tudo é muito sério! Já até perdi amizades por falta de respeito e intolerância (que para mim, caminham juntos) diante de opiniões divergentes.

Para que esse excesso de controle?

Cadê a empatia?

A beleza das relações está justamente na diversidade de pensamentos e opiniões.Todos nós temos uma história e com isso, percebemos uma mesma situação de forma diferente. Isso serve até para as coisas mais simples como as formas comum e que são conhecidas por todos nós.

Por exemplo, se eu pedir para você imaginar uma mesa, que é uma forma conhecida por todo o ser humano, a sua mesa será única e diferente de todas as outras mesas imaginadas. Provavelmente terá uma cor diferente, um detalhe, pode ser redonda, quadrada, retangular, de madeira, de ferro ou de plástico. A mesa é apenas como todas as outras coisas que você conceitua, e isso inclui pensamentos e sentimentos.

Vou dar outro exemplo, para que fique claro como isso tudo funciona no nosso dia a dia. Se eu pedir para você pensar no conceito de família, essa representação também será única e de acordo com aquilo que você aprendeu sobre família. Se cresceu em um lar onde os seus pais eram unidos, pode ser que não aceite que casais se divorciem, julgando aquilo que é diferente do que conhece.

Mas este é o momento para entender que está tudo bem se as pessoas à sua volta possuem um conceito diferente do seu. As diferenças não são ameaças e há espaço para todas as mesas e famílias representadas.

Agora, a questão importante que quero chegar com tudo isso é a seguinte: Será que uma representação ou opinião é melhor ou mais certa do que a outra???

A resposta para essa pergunta é muito clara e inquestionável: NÃO! Todas as representações estão certas e podem existir em um mesmo mundo.

E isso acontece pois você é um ser único, assim como as 205.088.750 pessoas no mundo. (fonte: IBGE)

Agora, quero voltar à empatia, que acredito ser uma das grandes soluções para toda essa intolerância e quase guerra civil que vivemos atualmente.

Uma vez ouvi que a empatia é esvaziar a mente e ouvir com todo o nosso ser e essa é a melhor definição que já encontrei. Isso significa que ao nos relacionarmos de forma empática, nos livramos de todos nossos conceitos, julgamentos e necessidade de certezas diante do outro.

Vale a pena lembrar que empatia não tem nada a ver com dar conselhos e é muito comum confundirmos essas ações. Quando tendemos a oferecer nossa opinião, sentimento, situação já vivida, ou quando explicamos nossa posição sobre determinado assunto, não vivenciamos a empatia e sim o ego, que está sendo alimentado através do outro.

Na empatia, você deixa as opiniões sobre tudo de lado e olha para o outro verdadeiramente. Não se preocupe, pois através da empatia, você não precisa dizer nada, apenas estar ali com o coração e mente aberta para aceitar.

E neste momento, em que a empatia existe verdadeiramente, não há mais diferença! E isso é lindo!

Por isso, termino esse texto com dois pedidos:

*Vamos parar de buscar certezas através de verdades absolutas e únicas, mesmo porque estas não existem.
*Vamos então olhar mais, dizer menos e permitir que as diferenças existam.

Você não precisa ter razão de tudo e estar aberto para diferentes opiniões te levará a liberdade de ser e permitir que seja.

Um super beijo!
Vanessa

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